terça-feira, junho 22, 2010

O caminho

Os passos sucediam-se. O olhar vago, num horizonte nulo. A cadência marcada pelo ribombar dos contrabaixos e tambores, um passo após o outro.
Aqui não se ouvia a voz do povo sofrido, agora já um eco distante, como que de um marulhar de gente se tratasse.
Apenas os passos se sucediam, infinitos nos minutos, e a sensação de não avançar. Imagens recordadas, sucediam-se tambem elas, na dôr e nos sorrisos, acumulados cada dia a dia, como agora passo a passo. Um após outro, sem céu que os cobrisse.
Cansado pensava, que o Mar não se cansa no andar das suas ondas, e talvez por isso não pare.
Do sentimento de imensidão, surgiu a nostalgia do meu claustro, fechado em mim, mas continuava, apenas mais um passo, antes do outro, sem notar a distância percorrida, ou a que me separa de mim, continuava. Na realidade não havia destino, apenas dois caminhos. O percorrido e o que iria percorrer, nada mais. E era assim por minha vontade, resoluta, forte, inabalável. Caminharia decidido. Nada me deteria, nem os sonhos mais tentadores, nem a simples ideia de parar. No entanto outras vozes se lavantavam, para que mais longe não fosse. Passo a passo caminhava.
Até que parei. Era o fim, depois de tanto esforço. Parecia ter sido tudo em vão.
Um caminho sem destino, um destino sem fim.
Mas era a hora...
Tinha acabado.
Parei a passadeira....

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